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O Dia do Empresário realizado pelo Simmmeb com o apoio da FIESC aconteceu em 25 de julho, em Blumenau, e teve como destaque na programação palestra do economista Jorge Arbache. As entidades do sistema ‘S’, começando pela FIESC, SESI, SENAI e IEL apresentaram suas linhas de atuação e investimentos previstos para Blumenau e região pelos próximos anos. O presidente do Simmmeb, Hans Bethe, destacou o esforço que o sindicato tem feito para aproximar empresas do setor eletro-metal-mecânico.  “Somente em 2014, já foram realizados 28 eventos, um a cada seis dias”, reforçou o presidente.

Competitividade

A palestra com Jorge Arbache teve como temática ‘O desafio do aumento da produtividade na indústria’. Arbache é economista, especialista em economia brasileira, já foi economista sênior do Banco Mundial em Washington, é colunista do jornal Valor Econômico.

O primeiro dado apresentado pelo palestrante foi o PIB/ per capita brasileiro, que cresceu em média 1,18% de 1980 a 2013, segundo o Banco Mundial. Na China o índice médio ficou em 8,83%.  “Sairemos mais pobres de 2014 do que éramos em 2013”, constatou, citando que este ano o crescimento do PIB/per capita deve ser negativo.

A demanda por serviços públicos qualificados impactou diretamente neste dado, “e os pedidos da sociedade por mais e melhores serviços é legítima, porém, para que seja possível, temos que crescer. E não crescemos porque a nossa produtividade é baixa”.

Na China, a produtividade cresce quase 900% de 1980 a 2013, enquanto no Brasil o crescimento registrado foi de 5,6%. “Os chineses entenderam o aumento da produtividade como vital para tornar a indústria chinesa o que ela é”, disse Arbache.  Para ele, “o Brasil não está fazendo a lição de casa como deveria”. Arbache cita a globalização da economia e a interdependência. “E esta última, tem um preço. Quanto mais tarde chegamos ao ambiente global, mais nossas fraquezas são reveladas e o Brasil chegou fraco” aponta. O desafio posto à economia brasileira é inserir-se na cadeia global de valor, com uma economia baseada no conhecimento. “A grande força motriz da economia norte-americana, por exemplo, é o desenvolvimento de novos conhecimentos, que é de onde vem a riqueza de fato”. Ele exemplifica citando marcas e patentes americanas, como a Apple, “os componentes são produzidos por indústrias mundo a fora, mas o valor agregado à marca reverte aos EUA”.  Por isso, segundo o economista, o “como” você participa da cadeia de valor é o que realmente importa. “Precisamos sair desse comércio bilateral, periférico e assimétrico que nos tornou essencialmente fornecedores de matéria prima”.

Em um mundo a cada dia mais incerto, produtividade e competitividade têm assumido papéis cada vez mais importantes e para o Brasil, Arbache destacou pontos cruciais e que resultam nos dados apresentados pelo Banco Mundial. “Primeiro, dependemos muito do acúmulo de capital e a nossa taxa de poupança é muito baixa, o que faz com o juro (de mercado) seja alto, o que nos deixa com pouco recurso para investir. Segundo, a transformação demográfica – o número de filhos não para de cair, o que impacta na restrição de mão de obra e eleva o custo de produção. Terceiro, os investimentos estão muito concentrados na primarização e o setor primário emprega pouco, paga poucos impostos e demanda infraestrutura gigante.” Para Arbache, não há como consolidar o bem-estar social com este cenário.

Em reportagem publicada pelo Valor Econômico (edição de 28/07), o jornal destaca a palestra de Arbache no seminário "Indústria e Desenvolvimento Produtivo no Brasil", organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

 

Segundo o Valor, a posição de Arbache é polêmica porque relativiza o peso que câmbio e tarifas terão para o futuro da indústria e das negociações comerciais. Os Estados Unidos, pondera ele, estão querendo acordos nos quais os serviços são livres de tarifas. Assim, como um iPad é 93% serviços, sua eventual importação por um país pagaria tarifa apenas sobre 7% do seu valor, que é a parcela industrial inserida no tablet. "Câmbio e barreiras tarifárias são importantes para o velho comércio. O futuro passa pelo comércio e investimento em serviços", afirmou.

Para Arbache, o Brasil precisa "acordar" para essa revolução já em curso. Hoje, diz, o Brasil já possui um altíssimo déficit no setor de serviços com o exterior - US$ 90 bilhões de dólares, cerca de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

 

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