O painel de debates que abriu a Semana da Indústria reuniu mais de 140 pessoas e teve como convidados o colunista do Grupo RBS, Moacir Pereira, que abordou as perspectivas em relação aos cenários políticos nacional e estadual e reflexos; Sidnei Manoel Rodrigues, que representou o gerente de planejamento da FIESC, Carlos Henrique R. Fonseca, e falou sobre os desafios e tendências do setor eletro-metal-mecânico até 2022; e Élcio de Souza, professor universitário e sócio da empresa Ênfase Consultoria, que apresentou a importância do planejamento estratégico em meio a crises e incertezas. O evento ocorreu em 15 de setembro, no ArtSul Centro de Eventos, em Blumenau.

Na visão de Pereira, a política é como uma nuvem, que muda constantemente. Dessa maneira, se faz necessária uma reforma política no Brasil para entender a importância do voto pela população. “O sistema atual é falido, porque a política se tornou uma profissão e não uma maneira de fazer um País melhor com foco no crescimento e no desenvolvimento”, ressalta. O desejo de mudança existe e poderá acontecer com a quebra da polarização PT-PSDB, mas está na contramão devido ao desinteresse, à corrupção e às denúncias.

Com relação aos desafios e às tendências do setor eletro-metal-mecânico até 2022, Rodrigues enfatiza a importância da qualificação profissional como influência direta no aumento da produtividade. “O grau de industrialização do Brasil é 33% e do Estado, 40%. A qualificação da mão-de-obra é o fator que mais impacta na produtividade que, atualmente, no Brasil movimenta R$ 177 mil e no Estado, R$ 210 mil. O desafio das indústrias está na atração e retenção de talentos”, avalia.

Uma das propostas de solução é pensar em planejamento em médio e longo prazo. Para 2022, a visão das indústrias é tornarem-se referência competitiva e modelo industrial de sustentabilidade. “Para isso, é preciso investir em gestão e tecnologia”, salienta Rodriguez. O planejamento estratégico foi o tema que encerrou o evento. Souza falou da necessidade de enfrentar crises e incertezas com solução. “Apesar do cenário de dificuldades, as organizações devem desenvolver e produzir e o planejamento é a melhor saída”, recomenda.

De acordo com Souza, é possível traçar um planejamento para cinco anos. “A partir de fatos podemos buscar planos. Para isso, é preciso definir caminhos com fatos concretos e uma dose de ousadia para assumir riscos”. O planejamento estratégico tem alcance em longo prazo e deve ser norteado por onde a empresa deseja chegar. “A estratégia envolve clientes, produtos e mercados a partir de ações, que sugerem tarefas, responsabilidades, prazos e custos”, explica.